O penúltimo dia da 8º Mostra Internacional de Musical de Olinda, a MIMO 2001, foi o de maior sucesso. Era de se esperar: com dois dos principais shows da edição (Philip Glass e Egberto Gismonti), o público lotou o Alto da Sé como nunca havia feito antes. Houve relatos de pessoas que chegaram às 17h para conseguir um ingresso para o concerto de Philip Glass, marcado para as 20h30. De acordo com a estimativa da polícia, 3 mil pessoas acompanharam as apresentações do lado de fora da Igreja da Sé na noite de sábado (10).

Foto: Beto Figueiroa/SantoLima
Philip Glass em Olinda: técnica irrepreensível
Os números mostram o sucesso do festival, mas não traduzem a amplitude de seu alcance. É uma surpresa notar famílias inteiras, jovens, adolescentes e crianças assistindo a um espetáculo de música erudita, mostrando que a MIMO está longe de ter um público específico. Após oito anos, a mostra parece ter envolvido definitivamente a região de Olinda e Recife.
No palco, Philip Glass fez jus a sua fama como um dos maiores nomes da música erudita moderna. Mesmo em formato diminuto, apenas ao piano e em algumas músicas acompanhado do violinista Tim Fain, o compositor mostrou técnica irrepreensível. Ao final de todas as músicas, ele se levantava para agradecer à plateia com um sorriso sereno e gestos calmos
Na sexta-feira (9), durante uma entrevista, Glass apontou Fain como seu parceiro perfeito no resgate da música de câmara. "Para um compositor, ter um virtuose versátil ao seu lado é a melhor companhia", disse.
No palco, Fain, responsável por parte da trilha sonora do filme "Cisne Negro", provou que o maestro tem razão. Em seus números solo demonstrou toda sua habilidade e velocidade, enquanto nas parcerias com Glass injetava emoção às harmonias sóbrias.