O século 20 foi marcado por ditaduras, injustiças e guerras, mas a época também guarda fenômenos peculiares a exemplo do grande e rápido avanço tecnológico, globalização, preocupações mais técnicas com a destruição do meio ambiente, sinais de declínio do cristianismo na Europa e em países desenvolvidos como Austrália, Canadá e Nova Zelândia e maior divulgação do pensamento de pessoas que fazem diferença (decorrência do citado progresso científico no campo das comunicações e da mídia). Parte desses ilustres personagens encontram-se reunidos no livro Os 100 maiores visionários do século XX, da editora Difel.
Com tradução de Milton Chaves de Almeida, a obra é organizada por Freddie Whitefield e Satish Kumar, um indiano de 75 anos, ex-monge jainista (o jainismo é uma das religiões mais antigas do mundo) e editor da revista europeia de ecologia Resurgence.
Parte da biografia, ideias e feitos desses 100 atuantes personagens da nossa história recente é descrita por cerca de 80 colaboradores, entre escritores, jornalistas, pesquisadores e ativistas. Para compensar a compreensível falta de espaço para maiores aprofundamentos, no final há informações adicionais sobre os visionários, incluindo links de sites.
O livro divide os visionários em três blocos: ecológicos, sociais e espirituais. Além de figuras de amplo reconhecimento internacional – como Gandhi, o Dalai Lama, Martin Luther King, Joseph Campbell, Desmond Tutu, Krishnamurti, Carl Gustav Jung, Deepak Chopra (principal atração da Fliporto deste ano) –, o livro inclui muitos nomes com pouca projeção midiática (o que em si se configura como um mérito da obra), a exemplo do único brasileiro da lista: José Lutzenberger.
O meio cultural está representado por figuras como os britânicos D.H. Lawrence (escritor) e Peter Brook (dramaturgo e cineasta), Khalil Gibran (escritor de origem libanesa), Rabindranath Tagore (poeta indiano, ganhador do Nobel de Literatura de 1913) e por Bob Dylan.
fonte: JC