Fotografia: AFP
A “Ressurreição de Lázaro”, de Caravaggio, uma das pinturas mais belas do mestre de estilo claro-escuro que viveu entre os séculos XVI e XVII, foi restaurada, informou a Reuters. A pintura foi feita por Caravaggio, na Sicília, para onde fugiu de Malta, em 1608. A tela ficou abrigada durante séculos na Igreja dos Padres Crociferi em Messina, antes de ser transferida para o museu da cidade. A pintura, datada de 1609, um ano antes da morte do artista, aos 38 anos, retrata a história do Evangelho de São João, em que Jesus ressuscita Lázaro.
A restauração levou sete meses e a pintura, que mede 3,80 por 2,75 metros, vai estar em exposição no Palazzo Braschi, de Roma, com vista para a Piazza Navona, até 15 de Julho. Depois disso ela volta para a Sicília. Segundo a lenda, Caravaggio, cujo nome verdadeiro era Michelangelo Merisi, exumou um corpo recém enterrado para fazer a pintura mais realista. A pintura mostra o instante em que Cristo aponta para Lázaro morto, que está a ser segurado nos braços daqueles que o exumaram, para trazer o seu amigo de volta à vida.
Enquanto o braço esquerdo de Lázaro está mole como se ainda estivesse morto, o seu braço direito está ligeiramente elevado, como a receber a energia que dá a vida do dedo indicador de Jesus. As irmãs de Lázaro, Maria e Marta, uma com um véu transparente, ainda estão a chorar por ele, não percebendo que ele estava a voltar à vida. A restauradora Anna Maria Marcone informou que Caravaggio “usou materiais locais e usou o fundo escuro, a fim de rapidamente fazer as figuras”.