Na noite de 15 para 16 de outubro, em Roterdã foi registrado um furto sem precedentes, que já foi batizado de "furto do século XXI". Do centro de exposições Kunstha foram roubadas sete telas, entre as quais a obra-prima de Claude Monet A Ponte de Waterloo, bem como várias obras de Pablo Picasso, Henri Matisse, Paul Gaugin, Lucian Freud e Meyer de Haan.
Durante o furto, o alarme disparou mas, quando os policiais chegaram ao local do crime, os ladrões já tinham deixado o museu. Passada uma semana, o museu voltou a ser aberto ao público, enquanto que os policiais divulgaram um vídeo com as imagens do crime em diversas fontes digitais (youtube.com/watch?v=vSKgXfhng0k), no intuito de encontrar alguém que possa ajudar a investigar o crime.
As imagens mostram dois ladrões, vestidos de japonas desportivas negras com capuzes, entrando no prédio do museu através da porta de serviço. Ao cabo de dois minutos, regressam com trouxas cheias de telas e abandonam o museu. Sabe-se que a polícia chegou ao local do incidente apenas cinco minutos depois, mas não conseguiu seguir a pista e capturar os criminosos.
Os peritos avançam avaliações diferentes quanto ao prejuízo causado - suas estimativas variam entre dezenas e centenas de milhões de dólares. Por mais estranho que pareça, as avaliações, neste caso concreto, não têm grande importância. É impossível vender obras-primas de artistas mundialmente conhecidos. Os criminosos podem esperar por uma recompensa a ser oferecida por uma companhia de seguros ou insistir em resgate. Não se exclui que os quadros tenham sido "encomendados" por um colecionador aficionado que os possa esconder em um show room subterrâneo. Tais casos se conhecem: o quadro O Natal do Senhor da autoria de Caravaggio, roubado da Igreja de São Lourenço em Palermo foi descoberto passados 34 anos na quinta do cabecilha da máfia siciliana, Gerlando Alberti.
No pior dos cenários, se os ladrões se guiaram por vontade e iniciativas próprias, os quadros podem ser, pura e simplesmente, destruídos e estar para sempre perdidos.
Muitos se lembram de um caso ocorrido em maio de 2010, quando do Museu de Arte Moderna em Paris foram levadas telas de Pablo Picassso, Henri Matisse, Amedeo Modigliani e Fernand Léger. Um ano depois, os criminosos foram detidos, tendo um deles contado ter ficado em pânico e destruído os quadros de grande valor artístico. Meteu-os para num contentor de lixo.
Mas o destino de obras-primas roubadas nem sempre é tão triste: em 11 de maio de 2003, a famosa Saleira de Ouro, criada em meados do século XVI pelo pintor florentino Benvenuto Cellini, foi roubada do Museu da História das Artes em Viena. O valor da escultura estimava-se em cerca de 50 milhões de euros. Não obstante, o governo austríaco propôs uma recompensa num modesto montante de 70 000 euros, já que era impossível vender esta obra de arte excepcional. A polícia não se enganou em suas expectativas – em 21 de janeiro de 2006, a obra foi encontrada numa caixa de chumbo, enterrada em uma floresta nas cercanias da vila de Zwettl.