O deslocamento das seis obras mais importantes do artista barroco italiano Michelangelo Caravaggio para Brasília é um trabalho de tirar o sono dos produtores e proprietários dos quadros. Só o seguro da obraMedusa Murtola custa 55 milhões de euros em sua estada no Brasil. Quando for aos Estados Unidos, o seguro já custará 88 milhões de euros. Para a produtora da exposição, a museóloga Maria Eugênia Saturni, "o valor das obras é considerável, mas não se compara ao valor cultural".
"Temos obras de 400 anos, não são apenas patrimônio material italiano, mas são obras do patrimônio universal", destacou Maria Eugênia. Ela lembra a influência que Caravaggio tem sobre o processo artístico ocidental.
Para receber a exposição Caravaggio, um salão do Palácio do Planalto foi adaptado com isolamento de luz e climatização especial com ar condicionado e umidificadores para enfrentar a seca de Brasília. Temperatura e umidade são monitoradas em tempo real por técnicos. A produtora da exposição chegou a se assustar com a notícia de que houve apagão no Distrito Federal. O Palácio do Planalto, contudo, possui gerador próprio de energia.
Amanhã, a exposição será aberta pela presidente Dilma Rousseff. As obras já passaram por Belo Horizonte (MG) e São Paulo (SP), e chegam à Brasília para uma estadia de nove dias aberta ao público, do dia 6 ao dia 14 de outubro. Além da Medusa Murtola, também serão expostas no Planalto as telas San Girolamo che scrive, San Francesco in meditazione, Ritratto di cardinal, San Giovanni Battista che nutre l' Agnello, e San Gennaro decollato o Sant' Agapito.
Proprietário da Medusa Murtola, o italiano Alberto Zoffili revela que é a primeira vez que a obra deixa a Itália e mesmo em seu país de origem foi expostas por poucas vezes. Zoffili viaja com a obra e espera ser recebido amanhã pela presidente Dilma Rousseff. Indagado sobre o motivo pelo qual decidiu atravessar o oceano e permitir a exposição do quadro, Zoffili não titubeia: "todo mundo precisa ter a chance de ver a obra de perto".
fonte> Terra